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Saúde

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13 de Novembro de 2023

Cuidados com a saúde x masculinidade: essa relação faz mesmo sentido?

Não é segredo que muitos homens ainda buscam manter uma imagem de força e invulnerabilidade. Essa questão, tão presente no dia a dia masculino, pode impactar negativamente diversas áreas da vida, sendo a saúde uma das que mais sente esses reflexos.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, os homens brasileiros vivem, em média, 7 anos a menos do que as mulheres. "Isso ocorre porque, em nossa sociedade, os homens são ensinados a ser autossuficientes, resistentes e a não demonstrar fraqueza. Tudo isso gera relutância em buscar ajuda médica ou admitir problemas de saúde", afirma o Dr. Rodolfo Bandeira, urologista do CEJAM.

Além disso, como agravante, esse público conta ainda com maior exposição a comportamentos de risco, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta inadequada e falta de atividade física, fatores que potencializam o risco de enfermidades no decorrer da vida.

Levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo mostra que 70% dos homens que procuram um consultório médico o fazem influenciados por suas parceiras ou filhos. E é nesse cenário que doenças crônicas, como o câncer, passam a ser uma ameaça cada vez mais real, uma vez que a falta de acompanhamento médico regular pode dificultar o diagnóstico e tratamento precoces.

Dentre os diferentes tipos, o câncer de próstata é o segundo mais comum nos homens brasileiros e reforça a necessidade de superação dos tabus que envolvem a saúde masculina.

"O câncer de próstata é considerado um dos mais frequente em homens, principalmente após os 50 anos, correspondendo a aproximadamente 29% de todos os cânceres diagnosticados. No total, estima-se que 1 em cada 9 homens será diagnosticado com câncer de próstata durante a vida", explica o especialista.

A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga que envolve a uretra, o canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. Para diagnóstico do tumor, além do exame de PSA, que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata no sangue, é necessário a realização do famoso "exame de toque", que muitos homens temem.

"Existe a crença que, de alguma forma, o exame de toque pode ferir a masculinidade, mas o fato é que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Esse sentimento muitas vezes é até inconsciente, mas precisa ser trabalhado. Este é um exame como qualquer outro e deve fazer parte da rotina de cuidados do homem", ressalta o médico.

Dr. Rodolfo destaca ainda que a próstata não é responsável pela ereção nem pelo orgasmo masculino, o que muitas vezes confunde os homens e colabora para a falta de interesse em buscar apoio especializado nesse sentido.

Sintomas como dificuldade para urinar, sangue na urina, diminuição do jato de urina e a necessidade de urinar mais frequentemente podem indicar alterações no organismo. Geralmente, esse tipo de câncer cresce e se desenvolve de forma lenta e, em alguns casos, pode nem sequer apresentar sinais. Portanto, é de extrema importância que os homens estejam cientes e procurem ajuda médica ao menor sinal de preocupação.

"A mudança de paradigmas é o alicerce para a construção de uma cultura preventiva na população masculina. Os homens devem ser incentivados a realizar exames regulares, adotar um estilo de vida saudável e buscar ajuda médica sempre que necessário. É crucial que trabalhemos para que eles compreendam desde cedo que não há problema em admitir vulnerabilidades. A educação, a conscientização e o apoio social desempenham um papel fundamental na busca por essa transformação, não apenas na saúde", reitera o urologista.

Somada às visitas regulares aos consultórios, hábitos como manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros podem desempenhar um papel fundamental na promoção da saúde masculina. Essas medidas preventivas não apenas reduzem o risco de doenças, mas também contribuem para uma melhor qualidade de vida de forma geral.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

Saúde Novembro Azul

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