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01 de Novembro de 2022
Criada com o objetivo de conscientizar os homens sobre a importância do cuidado com a saúde e realização do exame retal para a prevenção do câncer de próstata, a campanha Novembro Azul tem sido ressignificada à medida que a sociedade está evoluindo.
Isso acontece porque a doença é o tipo de câncer mais comum e responsável pela morte de 28,6% das pessoas com próstata, conforme o Ministério da Saúde. O dado inclui homens cisgêneros – que nasceram com o órgão sexual masculino e se reconhecem como homem – e mulheres transgêneros – que nasceram com sexo masculino, mas se identificam como mulher.
Algumas instituições de saúde realizaram importantes atualizações em seus serviços para englobar toda a população a ser acompanhada. É o que aconteceu no Hospital Dia M’Boi Mirim I, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
A gerente da unidade, Erica Regina da Silva Lavoura, explica a importância de inserir este grupo no cuidado e prevenção à doença. “O Novembro Azul é uma campanha muito relevante para a detecção de possíveis casos de câncer de próstata. Nesse momento de sensibilização, aproveitamos para enfatizar que o cuidado deve ser integral, com foco na detecção precoce de possíveis doenças do órgão. A partir disso, percebemos a importância de trabalhar com as mulheres trans, para que se sintam acolhidas e não tenham receio de serem acompanhadas regularmente por um médico urologista.”
Conforme Erica, o atendimento da unidade destaca-se por ser humanizado, oferecendo às pacientes em processo transexualizador um ambiente seguro e inclusivo, com profissionais multidisciplinares capacitados para acolher e cuidar da saúde de todas as pessoas.
“Nos casos de pacientes trans, a porta de entrada é pelo endocrinologista, já que necessitam da especialidade para a realizar a hormonização – terapia hormonal ou hormonioterapia –, intervenção de saúde utilizada como estratégia para que pessoas trans possam se expressar e ser reconhecidas pela sociedade dentro dos limites do gênero com o qual se identificam. Após essa passagem, elas são encaminhadas para uma equipe multidisciplinar, com psicólogo, nutricionista, farmacêutico, ginecologista e urologista”, detalha.
Sobre o câncer de próstata
O urologista do Hospital Dia M’Boi Mirim I César Bortoluzzo explica que o câncer de próstata afeta a glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis.
“Esse tipo de câncer é o segundo mais frequente nesta população, ficando atrás apenas do câncer de pele. Ele é mais comum a partir dos 50 anos, já que o envelhecimento celular contribui para o desenvolvimento da doença, bem como fatores hormonais.”
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda a realização do exame retal a partir dos 50 anos. “Homens cis e mulheres trans, com parentes de primeiro grau que tenham tido câncer de próstata e pessoas obesas mórbidas e negras, no entanto, devem começar aos 45 anos. Para ambos, o exame deve ser realizado uma vez ao ano.”
Conforme Dr. César, ao contrário do que se imagina, o exame de toque em si não é preventivo, já que o seu objetivo é detectar alterações da próstata em fases mais iniciais.
“O exame retal também é capaz de diagnosticar a hiperplasia prostática benigna (HPB), também conhecida como aumento prostático sem câncer, principal problema da próstata a partir dos 50 anos. Quando não tratado, o problema pode provocar desconfortos, como a necessidade de urinar frequentemente e o aumento de micções noturnas, prejudicando a qualidade do sono e gerando insegurança”, reitera.
Tratamento
Graças à ciência, muito progresso tem ocorrido no tratamento ao câncer de próstata. Novos medicamentos e técnicas de cirurgias, como a laparoscópica e a cirurgia robótica, melhoram as chances de sobrevida, com qualidade.
Segundo o médico, o fato depende, no entanto, também de quão precocemente se detectam as alterações e o próprio tumor.
Sob gestão do CEJAM, o Hospital Dia M’Boi Mirim I atua para que o processo de diagnóstico e tratamento da doença seja o mais breve e efetivo. A unidade oferece serviços como consulta com urologista, biópsia da próstata, cirurgias urológicas e linha de cuidado exclusiva às pacientes em processo de transição de gênero.
Dados do hospital indicam que, entre 2020 e 2021, foram realizadas, respectivamente, 1.960 e 1.992 consultas com urologista, totalizando uma média de 165 pacientes mensais.
A ideia, segundo Erica, é intensificar ainda mais o atendimento para que casos como o do supervisor de autos, José Gilvanir Cavalcante da Silva, de 58 anos, sejam solucionados de forma rápida e bem-sucedida.
Paciente da unidade há pouco mais de dois anos, Silva descobriu o câncer na próstata há oito meses e, desde então, tem se tratado na unidade.
Ele exaltou a sua confiança na luta contra a doença e a humanização da equipe. “Apesar de o meu caso ser considerado gravíssimo, estou tranquilo. Segundo o médico, meu quadro está estável e a equipe me apoia, ouvindo e dando suporte emocional. Isso é muito importante.”
Apenas em 2022, o Hospital Dia M’Boi Mirim I tem um total consolidado de 1.857 pessoas atendidas até setembro, uma média de 206 consultas por mês. “As expectativas são de superar o número dos anos anteriores e evoluir cada vez mais”, finaliza a gerente.
Fonte: Imprensa, Criação & Marketing
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