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15 de Março de 2024

Doenças características dos períodos de calor e chuva vão muito além da dengue

Um certo ar de alegria costuma pairar no ar assim que as estações mais quentes chegam, sobretudo o verão. Idas à praia, encontros ao ar livre, roupas leves e coloridas deixam os dias especialmente mais festivos. Além disso, as fortes chuvas, causadas pelo calor extremo, também são características dessa época do ano e alertam para a chegada de algumas doenças sazonais ligadas ao período.

Para se ter uma ideia, em fevereiro, no município e no Estado do Rio de Janeiro, os governantes decretaram, respectivamente, “estado de emergência em saúde pública por causa da dengue” e “epidemia de dengue”. A doença precisa de atenção especial, por conta do grande número de casos, mas é preciso lembrar que ela não está só.

De acordo com José Pozza, coordenador médico da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) no Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF)/CER Ilha, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, é preciso dividir a ocorrência das doenças relacionadas à chuva em três categorias: 1 - aquelas devido ao acúmulo de água e consequente aumento na proliferação de mosquito transmissor, como a já citada dengue, zika e Chikungunya; 2 – as ocasionadas pelo contato direto com água ou alimentos contaminados pela água das enchentes, como diarreias infecciosas, leptospirose e hepatite A, e, por fim, 3 - algo muitas vezes esquecido, uma doença grave ocasionada pela limpeza inadequada de objetos e residências após a baixa das águas, o tétano.

Boa parte dessas doenças tem sintomas semelhantes. Dengue, zika e chikungunya, leptospirose e hepatite A podem ocasionar mal-estar intenso; febre; dores pelo corpo e na cabeça; em determinados casos, diarreia; vômito e, em algumas situações peculiares, quando evoluem para a forma grave, hepatite A e leptospirose podem apresentar olhos e pele amarelados, a chamada icterícia. Já os sinais clínicos do tétano podem ser rigidez nos nervos, dificultando a mobilidade, e alteração do nível de consciência.

“Como muitos sintomas se confundem, é o profissional médico quem estará habilitado a fazer a distinção entre essas doenças, avaliar a gravidade e a necessidade ou não de tratamento em nível hospitalar. Por isso, é fundamental buscar atendimento médico imediato no caso do aparecimento de algum desses indicadores para obter o diagnóstico exato sobre a enfermidade em questão e tratamento adequado”, pondera o médico.

O especialista destaca também que diarreias infecciosas e hepatite A, em geral, têm evolução de forma favorável. Já a leptospirose pode chegar a quadros mais graves, com a necessidade de sessões de hemodiálise e até intubação e utilização de ventilador mecânico para auxiliar a respiração.

A dengue tem quadros agravados principalmente a partir da primeira reinfecção – quanto maior o número de infecções, maior a chance de gravidade. Zika tem como sua principal manifestação de gravidade os vários números de casos de microcefalia em bebês nascidos das mães que se infectaram no período gestacional. A chikungunya pode cursar com dores crônicas como sequela, necessitando de uso de múltiplos analgésicos potentes e, por muitas vezes, intervenção de reumatologistas e neurologistas especializados em controle da dor.

Por fim, ele explica que o tétano tem letalidade altíssima e o tratamento é muitas vezes restrito a tentativas de controle dos sintomas.

“Ainda sobre a gravidade de tais doenças, em geral, todas costumam ter ocorrências como as relatadas acima, mas é preciso levar em consideração as características individuais. Pessoas nos extremos da vida, muito idosas ou muito jovens, por exemplo, podem não ter o sistema imunológico tão competente para combater as infecções além de evoluir com desidratação de forma mais precoce. Assim, fazem parte do grupo mais suscetível à evolução de forma grave. Pessoas com comorbidades preexistentes e em tratamentos que debilitem a imunidade também podem ter uma resposta pior à agressão secundária, já que a patologia relacionada ao contato com água contaminada das enchentes ou adquirida por meio de vetores nem é a causa isolada para uma possível complicação”, ressalta.

Diante da realidade vivenciada pelo Rio de Janeiro e muitos outros estados brasileiros, a prevenção segue sendo a melhor pedida para o bem individual e comum. É imprescindível evitar o acúmulo indevido de água da chuva para a diminuição da proliferação dos vetores e o contato com água contaminada das enchentes, sempre que possível; e usar repelentes, telas nas janelas e até mosqueteiros para diminuir a possibilidade de contato com o transmissor, além de higienizar corretamente as residências após a baixa dessas águas.

Outra forma eficaz e importante de ser sempre lembrada é a imunização por meio de vacinas contra tétano, hepatite A e, a mais recente, contra a dengue.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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